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Deutsche Bank derruba Europa. Lisboa é a praça mais perto da tona

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados esta sexta-feira.

Kai Pfaffenbach /Reuters
24 de Março de 2023 às 17:58
Europa aponta para o vermelho. Ásia negativa

Os principais índices europeus estão a apontar para uma negociação em terreno negativo, com os investidores a ponderarem a estabilidade do sistema financeiro e a afastarem-se dos ativos de risco.

Os comentários desta quinta-feira por parte da secretária de Estado do Tesouro, Janet Yellen, que afirmou que os Estados Unidos estão preparados para tomar medidas adicionais de modo a proteger os depósitos, acabou por não acalmar os ânimos.

Os futuros sobre o Euro Stoxx descem 0,7%.

Na Ásia, a sessão foi feita com altos e baixos, mas acabou por terminar no vermelho, após três dias de ganhos, com a setor da banca a pesar na negociação.

"O mal-estar na banca vai continuar a pesar no setor financeiro asiático", afirmou Hebe Chen, analista do IG Markets, à Bloomberg, acrescentando que "a volatilidade no mercado esta semana é resultado dos investidores a avaliarem as suas posições devido a sinais mistos por parte da Reserva Federal norte-americana".

Pela China, Xangai desceu 0,5% e, em Hong Kong, o tecnológico Hang Seng cedeu 0,2%. No Japão, o Nikkei recuou 0,4% e o Topix desvalorizou 0,3%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,7%.

Petróleo perde, mas a caminho de semana positiva. Gás desvaloriza
Petróleo perde, mas a caminho de semana positiva. Gás desvaloriza

O petróleo está a desvalorizar, com os investidores receosos com a possibilidade de um excesso de oferta depois de a secretária de Estado de energia norte-americana, Jennifer Granholm, ter afirmado que o reabastecimento da reserva estratégica poderia demorar vários anos.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 0,99% para 69,27 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cai 0,87% para 75,25 dólares.

Ainda assim, o crude segue a caminho de um saldo semanal positivo, entre os 3% e 4%, recuperando assim das perdas semanais no mês passado, com a turbulência o setor da banca e as preocupações de uma possível recessão.

"Há um 'sell-off' do ponto de vista de que os Estados Unidos vão reabastecer as suas reservas, mesmo que os preços do petróleo estejam entre os 67 e os 72 dólares", explicou o analista da Nissan Securities, Hiroyuki Kikukawa, à Reuters.

No mercado do gás, os preços estão a desvalorizar, depois de ontem terem subido quase 8%, com a matéria-prima negociada em Amesterdão (TTF) a ceder 1,4% para 42,4 euros por megawatt-hora.

Ouro desvaloriza depois de ter chegado a máximos de um ano
Ouro desvaloriza depois de ter chegado a máximos de um ano

O ouro está a perder ligeiramente, depois de ter subido quase 3% nas últimas duas sessões, com os investidores a avaliarem os sinais mistos da reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana, que optou esta quarta-feira por uma subida de 25 pontos base dos juros diretores.

O metal amarelo desce 0,42% para 1.985,11 dólares por onça.

Esta semana o ouro chegou a negociar perto dos dois mil dólares por onça, o valor mais elevado num ano, numa altura em que tem beneficiado da crise na banca.

Dólar valoriza e recupera do valor mais baixo em sete semanas
Dólar valoriza e recupera do valor mais baixo em sete semanas

O dólar está a valorizar e a recuperar do valor mais baixo em sete semanas, depois de na quarta-feira o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, ter mantido a porta aberta à possibilidade de novas subidas das taxas de juro.

A moeda norte-americana sobe 0,485 para 0,9274 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais - recua 0,38% para 102,922 pontos.

Ainda assim, o dólar perde 0,55% para 130,0685 ienes, o que pode estar a sugerir como explica o analista Cristopher Wong da OCBC à Reuters, que o mercado cambial para estar a sugerir alguma aversão ao risco, com os investidores a optarem por outro tipo de ativos refúgio, ouro e iene, que parecem estar a superar o desempenho de outras divisas.

Juros aliviam na Zona Euro com comentários de membro do BCE
Juros aliviam na Zona Euro com comentários de membro do BCE

Os juros da dívida soberana na Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, depois de o membro do Banco Central Europeu e governador do banco central dos Países Baixos, Klaas Knot, ter revelado que provavelmente será necessário voltar a subir os juros diretores em maio, embora não tenha revelado a dimensão desse possível aumento.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos aliviam 12,1 pontos base para 2,069%, enquanto os juros da dívida italiana descem 8,5 pontos base para 3,971%.

Os juros da dívida portuguesa cedem 9,5 pontos base para 2,952%, os juros da dívida espanhola recuam 9,9 pontos base para 3,137% e os juros da dívida francesa perdem 10,2 pontos base para 2,613%.

Fora da região, os juros da dívida britânica caem 12 pontos base para 3,234%.

Europa começa dia no vermelho. Deutsche Bank perde mais de 10%
Europa começa dia no vermelho. Deutsche Bank perde mais de 10%

Os principais índices europeus estão a recuar pelo segundo dia consecutivo, reduzindo assim os ganhos semanais, com o sentimento dos investidores a permanecer frágil, numa semana marcada por várias decisões de política monetária, bem como turbulência no setor da banca.

O índice de referência da região, Stoxx 600, perde 0,94% para 442,04 pontos, com o setor da banca e petróleo e gás a registarem as maiores quedas, superiores a 2%. Ao mesmo tempo, setores como indústria, automóvel, mineiro, químicos, "utilities" (água, luz, gás), viagens e serviços financeiros desvalorizam mais de 1%.

Entre os principais movimentos de mercado, o Deutsche Bank cai mais de 10%, depois do custo dos "credit default swaps" (CDS) - ativos que funcionam como uma espécie de seguro - terem subido a pique esta quinta-feira, com as preocupações sobre a estabilidade da banca europeia bem presentes.

Também o UBS (-5%) e o Credit Suisse (-5,34%) desvalorizam depois de os bancos terem informado que estavam entre as instituições sob escrutínio por parte do departamento de justiça dos Estados Unidos sobre se terão ajudado oligarcas russo a fugir às sanções.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 1,21%, o francês CAC-40 desvaloriza 1,51%, o italiano FTSEMIB recua 1,45%, o britânico FTSE 100 perde 1,25% e o espanhol IBEX 35 cai 1,39%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 1,23%.

Euribor sobe a três meses para novo máximo e cai a seis e 12 meses
Euribor sobe a três meses para novo máximo e cai a seis e 12 meses

A taxa Euribor subiu hoje a três meses para um novo máximo desde dezembro de 2008, voltando para um valor acima de 3%, e desceu a seis e a 12 meses face a quinta-feira.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 3,533%, menos 0,045 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 9 de março.

Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.

Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022.

A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, também baixou hoje, para 3,281%, menos 0,009 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também em 9 de março.

A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).

A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou hoje, ao ser fixada em 3,025%, mais 0,035 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).

A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Ventos germânicos pressionam arranque da sessão em Wall Street
Ventos germânicos pressionam arranque da sessão em Wall Street

Wall Street arrancou a sessão em terreno negativo atenta à turbulência no setor bancário, agora com o foco na Alemanha.

O industrial Dow Jones desliza 0,57% para 31.919,49 pontos, enquanto o S&P 500 desvaloriza 0,61% para 3.924,45 pontos.

Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,67% para 11.712,56 pontos.

O mercado está atento às preocupações em torno da banca europeia, sendo que esta sexta-feira é a vez do Deutsche Bank estar no olho do furacão.

As ações cotadas nos EUA do banco alemão acompanham os movimentos dos títulos europeus, estando a cair 6,27%.

Na praça germânica, os títulos da instituição seguem a cair mais de 9% numa altura em que os "credit default swaps" (CDS) relativos à dívida sénior da instituição alcançam máximos de 2018.

Os CDS funcionam como uma espécie de seguro contra "defaults" pelo que o agravamento do prémio sinaliza o maior risco atribuído pelo mercado.

O mercado está ainda atento ao desenrolar de novos desenvolvimentos sobre o Credit Suisse e UBS, após a notícia de que os dois bancos suíços estão entre a lista de instituições financeiras investigadas por possível contorno a sanções contra oligarcas russos.

Apesar da subida do dólar, investidores refugiam-se da banca no brilho do ouro
Apesar da subida do dólar, investidores refugiam-se da banca no brilho do ouro

O ouro soma e segue, apesar de o indicador de força do dólar estar a valorizar, o que parece indicar uma procura por ativos-refúgio em plena turbulência bancária que se vive na Europa e nos EUA.

O metal amarelo ganha 0,11% para 1995,11 dólares por onça. Prata e paládio seguem esta tendência positiva, enquanto a platina está em queda.

O colapso de bancos regionais norte-americanos, a par da aquisição do Credit Suisse pelo UBS e da agitação em torno de instrumentos de dívida e ações do Deutsche Bank reforçam a expectativa dos investidores relativamente à possibilidade de o banco central norte-americano poder fazer uma pausa na subida dos juros diretores.

No mercado dos "swaps", as apostas sobre o futuro da política monetária da Fed colocam 88% de probabilidade de o banco central não mexer nas taxas de juro na próxima reunião do Comité de Mercado Aberto, agendada para 2 e 3 de maio.

Tumulto na banca fragiliza petróleo
Tumulto na banca fragiliza petróleo

Os preços do "ouro negro" seguem a ceder terreno nos principais mercados internacionais, numa altura em que as cotadas da banca recuam na Europa – o que penaliza o crude, já que há receios de que uma crise bancária mundial possa pesar na procura por esta matéria-prima.

 

A pesar está também o facto de a secretária norte-americana do Tesouro, Jennifer Granholm, ter dito que a reconstituição das Reservas Estratégicas de Petróleo dos EUA poderá demorar vários anos, o que arrefece as perspetivas para a procura.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cai 2,16% para 68,45 dólares por barril.

 

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 2,17% para 74,26 dólares.

Moedas-refúgio brilham. Euro em queda
Moedas-refúgio brilham. Euro em queda

A procura por moedas-refúgio faz-se sentir esta sexta-feira, à exceção do franco suíço, numa altura em que os investidores assistem a uma agitação no setor da banca.

O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas – sobe 0,67% para 103,21 pontos.

O indicador de força do "green cash" está ainda a ser impulsionado pelas palavras do presidente da Fed de St.Louis. James Bullart reviu em alta, em concreto em 25 pontos base, a sua previsão para o pico da taxa dos fundos federais este ano, para 5,625%.

O membro da Fed justifica esta revisão – que vai além dos 5,1% reiterados pelo Comité de Mercado Aberto (FOMC) no último "dot plot" – tendo por base a estimativa de que o "stress" financeiro em torno da banca deve dissipar-se e devido ao crescimento económico.

Ainda do lado das moedas-refúgio, o iene ganha 0,22% para 0,0077 dólares, enquanto sobe 1,01% para 0,0071 euros. O índice de preços no consumidor – excluindo alimentos frescos – no Japão somou 3,1% em fevereiro em termos homólogos.

Já o franco suíço – moeda do país onde está o olho do furacão Credit Suisse –, também considerado tradicionalmente como um porto seguro no câmbio,  cai 0,21% para 1,0885 dólares mas sobe 0,58% para 1,0126 euros.

A moeda única segue a cair contra as principais divisas, estando a ceder 0,76% contra a nota verde, para 1,0756 dólares.

Por seu lado, a libra sobe 0,26% para 1,1364 euros e cai 0,46% para 1,2224 dólares, no dia em que se ficou a saber que o PMI do Reino Unido caiu para 52,2 em março, ficando assim pior do que o esperado.

"Yields" aliviam: Investidores encontram porto seguro na dívida da Zona Euro
'Yields' aliviam: Investidores encontram porto seguro na dívida da Zona Euro

Os juros aliviam na Zona Euro, num dia marcado pela procura por ativos-refúgio em plena turbulência bancária que se vive na Europa e nos EUA.

O colapso de bancos regionais norte-americanos, a par da aquisição do Credit Suisse pelo UBS e da agitação em torno de instrumentos de dívida e ações do Deutsche Bank, tem levado os investidores a procurarem portos seguros em termos de investimento, reduzindo apetite por ativos de risco, como as ações, e aumentando a aplicação em obrigações (o que faz descer os juros).

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para o mercado europeu – alivia 6,5 pontos base para 2,124%.

Por sua vez, os juros da dívida italiana a dez anos subtraem 4,9 pontos base para 4,007%. Já a "yield" da dívida portuguesa na mesma maturidade perde 5 pontos base para 2,997%. Por seu lado, os juros das obrigações espanholas com o mesmo prazo de vencimento cedem 5,9 pontos base para 3,177%.

Deutsche Bank derruba Europa. Lisboa é a praça mais perto da tona
Deutsche Bank derruba Europa. Lisboa é a praça mais perto da tona

A Europa fechou a sessão em terreno negativo, com as principais praças europeias a perderem pelo menos mais de 1%, num dia marcado pela agitação em torno do desempenho de alguns instrumentos de dívida e ações do Deutsche Bank.

O Stoxx 600 – índice de referência para o mercado europeu – terminou o dia a perder 1,37% para 440,11 pontos. Entre os 20 setores que compõem o "benchmark" europeu, a banca comandou as perdas.

O Deutsche Bank chegou a cair quase 15%, tendo encerrado o dia a desvalorizar 8,53%, a maior queda em nove meses.

O pânico – considerado pelos analistas do Citi como "irracional" espalhou-se aos títulos de outros gigantes europeus da banca, como o HSBC, que desvalorizou 1,39%, o Société Générale que perdeu 5,85% e o Commerzbank que subtraiu 5,75%.

Entre as principais praças europeias, Madrid derrapou 2,10%, Frankfurt perdeu 1,76%, Paris encolheu 1,74% e Londres desvalorizou 1,31%.

Por sua vez, Amesterdão caiu 1,58%, Milão deslizou 2,15% e Lisboa desvalorizou 1,18%, a queda menos expressiva entre as principais bolsas do bloco.

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